Como eu queria poder tornar a olhar seus olhos
Castanhos molhados pelas ondas do mar...
E ao som da ressaca da maré na água refazer os espelhos
Confessando-me como se fosse ouvido por ti atrás da porta
[todo o amar
Revelado sem ser um espetáculo de teatro
Apenas meu coração confessando o que já lhe disse
Nos intermináveis ensaios do encontro,
Queria tanto que você me ouvisse!
Atrás da porta, quando confesso o quanto
Que te amo a um amigo que me consola por minha solidão
Talvez assim acreditasse que é verdade, o que sinto eu não minto!
Se fosse possível arrancar iria meu coração
Se aos outros a sua passagem soou como um vulto
Em minha vida ainda estou nas sombras do seu adeus
Mas de mim eu lhe protegi tanto
Que abri mão dos meus sonhos para viver os teus
Me achei pouco comparado a sua grandeza
Lhe fiz mais, muito mais do que você era
Quanto tempo eu vivi na pobreza
O amor não perdoa quem em nome dele tanto erra...
O amigo que me ouve tão triste, pois as histórias
Se repetem e a dele é quase igual a minha
Me diz que "Deus" escreve certo por linhas tortas
e que a vida não vale a pena ser vivida sozinha
Todos os dias eu me arrependo
São tantas magoas...
É horrível quando o amor está acabado
a vida perde a graça e nada mais...